19 de ago. de 2011

Inteligência Emocional é um diferencial competitivo

Mercado de trabalho no século XXI


Segundo Goleman (2001), estão ocorrendo mudanças nos parâmetros do mercado de trabalho, os profissionais estão sendo analisados por novos critérios. O quanto somos inteligentes, nossa formação ou grau de especialização, não são  suficientes, o mercado de trabalho está exigindo mais. O autor afirma que a maneira como lidamos com nós mesmos e com os outros tem sido o critério de avaliação que, cada vez mais, vem sendo utilizado para decidir quem será contratado ou não, quem será dispensado ou mantido na empresa, quem ficará para trás ou será promovido, ou seja, inteligência emocional é um diferencial competitivo.

Muitos da nova geração já possuem graduação, pós-graduação e MBA por volta dos 28 anos, mas ainda continua difícil encontrar quem sabe controlar suas emoções em busca de objetivos pessoais que estejam alinhados aos interesses da empresa. Isso é um ponto fundamental no processo de desenvolvimento e aprimoramento profissional de um indivíduo. (CRUZ, 2010)

Todos os profissionais precisam compreender e adaptar-se às mudanças supracitadas. Goleman (1995), afirma que há dados baseados em estudos sobre dezenas de milhares de pessoas, em diversos tipos de atividades, que apontam a necessidade de levar o assunto a sério, ou seja, prepare-se para quebra de paradigmas! Não há dúvida, a interação entre os funcionários é imprescindível, porque viabiliza um bom fluxo de informações. A boa interação entre indivíduos é alicerçada pelo gerenciamento das emoções.

As pessoas não deixam empresas, deixam gestores. Só o gestor tem a possibilidade de conhecer os anseios e motivações de seu time. E isto nem sempre se refere unicamente ao gestor imediato. Olhar a gestão (ou a falta dela) dois ou até três níveis acima é perfeitamente normal. E esta avaliação também afeta a retenção de talentos (CUELLAR, 2010)

Ser requisitado e disputado pelas organizações é um pensamento, um desejo que certamente habita a mente de muitos profissionais, porém a realidade apresenta um cenário diferente. Estamos no limiar do século XXI e até nos países desenvolvidos não há garantia de emprego, pois não há postos de trabalho para todos. A escassez é decorrente das muitas mudanças que ocorreram no processo produtivo em um curto intervalo de tempo. Decerto, a economia moderna não seria exequível se o modo de produção ainda fosse artesanal, porém precisamos rever os ditames do capitalismo.



É fato que na sociedade do conhecimento, não há um equilíbrio entre mão de obra e postos de trabalho. Segundo Drosdek (2009), com muita frequência, projetos administrativos complexos são confiados a funcionários que não ocupam cargo de direção. Além disso, espera-se que os funcionários assumam a gestão da sua própria carreira e de sua área de gestão imediata.

O gestor do Século XXI

De acordo com relato de Drosdek (2009), os funcionários são responsáveis pela gestão de suas carreiras. Portanto, compete a gestores e subordinados planejar a sua postura profissional no ambiente de trabalho, zelar por uma boa conduta social, saber conviver com críticas e elogios, saber ouvir e ter bom-senso, ou seja, ter competência emocional. Atualmente, as empresas buscam profissionais que tenham a competência de administrar conflitos.

Como afirmado por Goleman (1999) e Cooper (2001), a inteligência emocional exerce influência sobre a nossa capacidade cognitiva. Sendo a capacidade intelectual premissa básica para execução de atividades, a inteligência emocional torna-se um diferencial competitivo para gestores e subordinados.

Atualmente, as empresas buscam gestores que seguem uma linha de pensamento muito valorizada pela cultura oriental, ou seja, consigam valorizar a coletividade, para assim auferir o máximo da criatividade do seu capital humano. É imprescindível que o gestor consiga lidar com a dinâmica da economia mundial, mesmo em situações adversas. 

Pesquisas afirmam que um executivo ou profissional tecnicamente capaz com um alto QE é quem capta – de forma mais total, hábil e rápida que os outros – os crescentes conflitos que exigem solução, os pontos fracos da equipe e da empresa que precisam ser corrigidos, as lacunas a serem identificadas ou preenchidas, as conexões ocultas que dão acesso a oportunidade e as obscuras e misteriosas interações que parecem mais indicadas – e mais lucrativas. (COOPER, 1997, p. 15)

De acordo com Cooper (2001), a emoção é essencial para implementação bem sucedida de qualquer tipo de inteligência ou estratégia. Segundo o autor há pessoas que são peritas em propor soluções para problemas do trabalho e da vida, mas parecem incapazes de conseguir implementar as soluções em ações práticas. Portanto, para o gestor que almeja um bom desempenho profissional é imprescindível manter o controle das emoções.

Alguém emocionalmente inteligente consegue mobilizar suas emoções estrategicamente para alcançar suas metas. Para isso, ele é capaz de reconhecer, aceitar, escolher e gerenciar o que sente durante as mais diversas situações. Conheço muitas pessoas que deixaram de alcançar melhores cargos por terem perdido o equilíbrio em determinado momento. Quem nunca teve vontade de mandar tudo para o ar? Acredito que a maioria de nós. O importante é saber que isso pode nos aliviar na hora, mas será que não trará problemas depois? Precisamos buscar a harmonia e quanto mais a razão trabalhar com a emoção, mais força e potencial a pessoa terá. (COOPER, 2001)

Para os gestores a capacidade de gerar e implementar ideias é vital. A partir daí, surge a oportunidade de mostrar-se como um indivíduo diferenciado, cujo desempenho é relevante para organização. O equilíbrio emocional irá auxiliá-lo a fazer as melhores escolhas, a não agir de forma impulsiva e ter coragem para correr risco quando for necessário. Cooper (2001) assevera que pesquisas neurocientíficas indicam que os insights emocionais nos proporcionam uma inteligência criativa e intuitiva para os negócios.

Cooper (2001), afirma que o QI foi a força impulsionadora do século XX, mas no século XXI o QE e as demais formas de inteligência prática e criativa serão as forças impulsionadoras. Segundo Weisinger (2001, p. 16), a falta de inteligência emocional, prejudica o progresso e o sucesso do funcionário e da organização, assim como o seu uso leva a resultados produtivos, tanto para o funcionário como para a organização.

Falar mais de um idioma estrangeiro, ter uma boa formação acadêmica e alguma vivência internacional deixaram de ser diferenciais competitivos na hora de conquistar uma boa oportunidade de trabalho. O que as empresas valorizam cada vez mais é o perfil sociopsicológico das pessoas. O candidato é bem-humorado? Sabe trabalhar em equipe? Consegue ouvir críticas? Sabe delegar, liderar, dar feedback? Todas essas questões constituem a inteligência emocional, ou seja, a forma como as pessoas se relacionam com os colegas, com os sucessos e as derrotas (GOLEMAN, 2009)

O gestor é o maior responsável pelo desempenho da sua equipe, portanto, para ele é mister saber lidar com as suas emoções e com as emoções dos membros da sua equipe. Compete a ele criar um ambiente harmonioso, com o intuito de potencializar a capacidade cognitiva e a criatividade da sua equipe. Segundo Cooper (1997), para conseguirmos liderar ou para ter sucesso, a vida exige a capacidade de perceber e entender efetivamente o que as outras pessoas sentem e percebem.

AUTOR: Luciano Conceição

Para ler outro texto sobre Inteligência Emocional (clique aqui).

REFERÊNCIAS

COOPER, Robert K. Inteligência Emocional na empresa. Trad. Riçado Inojosa; Sonia T. Mendes. Rio de Janeiro: Campus 1997.


CUELLAR, Marcelo. A grama do vizinho é sempre mais verde!! In: CUELLAR, Marcelo. Na mira do Headhunter: o que as empresas realmente querem na hora de contratar um talento.  Você S/A, 9 de Nov de 2010. Disponível em: <http://vocesa.abril.com.br/blog/marcelo-cuellar/>. Acesso em: 06 de set de 2010.

CRUZ, Carlos. Inteligência emocional, o passaporte para o sucesso. Você RH: Especial.  Disponível em: <http://revistavocerh.abril.com.br/noticia/especiais/conteudo_545367.shtml> Acesso em: 06 de set. de 2010.

BRADBERRY, Travis e GREAVES, Jean. Desenvolva a sua Inteligência Emocional. Tudo o que você precisa saber para aumentar seu QE. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.

DROSDEK, Andreas. Nietszche. A coragem como fator de sucesso. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 45ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.

_____Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

NIQUET, Bernd. Kant. A força do pensamento autônomo. Rio de Janeiro: Vozes,2008.

WEISINGER,Hendrie. Inteligência Emocional no trabalho. Como aplicar os conceitos revolucionários da IE nas suas relações profissionais. Reduzindo o estress, aumentando sua satisfação, eficiência e competitividade. Rio de Janeiro: Objetiva,2001

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