Mercado de trabalho no século XXI
Muitos da nova geração já possuem graduação, pós-graduação e MBA por volta dos 28 anos, mas ainda continua difícil encontrar quem sabe controlar suas emoções em busca de objetivos pessoais que estejam alinhados aos interesses da empresa. Isso é um ponto fundamental no processo de desenvolvimento e aprimoramento profissional de um indivíduo. (CRUZ, 2010)
Todos os profissionais precisam compreender e adaptar-se às mudanças supracitadas. Goleman (1995), afirma que há dados baseados em estudos sobre dezenas de milhares de pessoas, em diversos tipos de atividades, que apontam a necessidade de levar o assunto a sério, ou seja, prepare-se para quebra de paradigmas! Não há dúvida, a interação entre os funcionários é imprescindível, porque viabiliza um bom fluxo de informações. A boa interação entre indivíduos é alicerçada pelo gerenciamento das emoções.
As pessoas não deixam empresas, deixam gestores. Só o gestor tem a possibilidade de conhecer os anseios e motivações de seu time. E isto nem sempre se refere unicamente ao gestor imediato. Olhar a gestão (ou a falta dela) dois ou até três níveis acima é perfeitamente normal. E esta avaliação também afeta a retenção de talentos (CUELLAR, 2010)
Ser requisitado e disputado pelas organizações é um pensamento, um desejo que certamente habita a mente de muitos profissionais, porém a realidade apresenta um cenário diferente. Estamos no limiar do século XXI e até nos países desenvolvidos não há garantia de emprego, pois não há postos de trabalho para todos. A escassez é decorrente das muitas mudanças que ocorreram no processo produtivo em um curto intervalo de tempo. Decerto, a economia moderna não seria exequível se o modo de produção ainda fosse artesanal, porém precisamos rever os ditames do capitalismo.
É fato que na sociedade do conhecimento, não há um equilíbrio entre mão de obra e postos de trabalho. Segundo Drosdek (2009), com muita frequência, projetos administrativos complexos são confiados a funcionários que não ocupam cargo de direção. Além disso, espera-se que os funcionários assumam a gestão da sua própria carreira e de sua área de gestão imediata.
O gestor do Século XXI
De acordo com relato de Drosdek (2009), os funcionários são responsáveis pela gestão de suas carreiras. Portanto, compete a gestores e subordinados planejar a sua postura profissional no ambiente de trabalho, zelar por uma boa conduta social, saber conviver com críticas e elogios, saber ouvir e ter bom-senso, ou seja, ter competência emocional. Atualmente, as empresas buscam profissionais que tenham a competência de administrar conflitos.
Como afirmado por Goleman (1999) e Cooper (2001), a inteligência emocional exerce influência sobre a nossa capacidade cognitiva. Sendo a capacidade intelectual premissa básica para execução de atividades, a inteligência emocional torna-se um diferencial competitivo para gestores e subordinados.
Atualmente, as empresas buscam gestores que seguem uma linha de pensamento muito valorizada pela cultura oriental, ou seja, consigam valorizar a coletividade, para assim auferir o máximo da criatividade do seu capital humano. É imprescindível que o gestor consiga lidar com a dinâmica da economia mundial, mesmo em situações adversas.
Pesquisas afirmam que um executivo ou profissional tecnicamente capaz com um alto QE é quem capta – de forma mais total, hábil e rápida que os outros – os crescentes conflitos que exigem solução, os pontos fracos da equipe e da empresa que precisam ser corrigidos, as lacunas a serem identificadas ou preenchidas, as conexões ocultas que dão acesso a oportunidade e as obscuras e misteriosas interações que parecem mais indicadas – e mais lucrativas. (COOPER, 1997, p. 15)
De acordo com Cooper (2001), a emoção é essencial para implementação bem sucedida de qualquer tipo de inteligência ou estratégia. Segundo o autor há pessoas que são peritas em propor soluções para problemas do trabalho e da vida, mas parecem incapazes de conseguir implementar as soluções em ações práticas. Portanto, para o gestor que almeja um bom desempenho profissional é imprescindível manter o controle das emoções.
Alguém emocionalmente inteligente consegue mobilizar suas emoções estrategicamente para alcançar suas metas. Para isso, ele é capaz de reconhecer, aceitar, escolher e gerenciar o que sente durante as mais diversas situações. Conheço muitas pessoas que deixaram de alcançar melhores cargos por terem perdido o equilíbrio em determinado momento. Quem nunca teve vontade de mandar tudo para o ar? Acredito que a maioria de nós. O importante é saber que isso pode nos aliviar na hora, mas será que não trará problemas depois? Precisamos buscar a harmonia e quanto mais a razão trabalhar com a emoção, mais força e potencial a pessoa terá. (COOPER, 2001)
Para os gestores a capacidade de gerar e implementar ideias é vital. A partir daí, surge a oportunidade de mostrar-se como um indivíduo diferenciado, cujo desempenho é relevante para organização. O equilíbrio emocional irá auxiliá-lo a fazer as melhores escolhas, a não agir de forma impulsiva e ter coragem para correr risco quando for necessário. Cooper (2001) assevera que pesquisas neurocientíficas indicam que os insights emocionais nos proporcionam uma inteligência criativa e intuitiva para os negócios.
Cooper (2001), afirma que o QI foi a força impulsionadora do século XX, mas no século XXI o QE e as demais formas de inteligência prática e criativa serão as forças impulsionadoras. Segundo Weisinger (2001, p. 16), a falta de inteligência emocional, prejudica o progresso e o sucesso do funcionário e da organização, assim como o seu uso leva a resultados produtivos, tanto para o funcionário como para a organização.
Falar mais de um idioma estrangeiro, ter uma boa formação acadêmica e alguma vivência internacional deixaram de ser diferenciais competitivos na hora de conquistar uma boa oportunidade de trabalho. O que as empresas valorizam cada vez mais é o perfil sociopsicológico das pessoas. O candidato é bem-humorado? Sabe trabalhar em equipe? Consegue ouvir críticas? Sabe delegar, liderar, dar feedback? Todas essas questões constituem a inteligência emocional, ou seja, a forma como as pessoas se relacionam com os colegas, com os sucessos e as derrotas (GOLEMAN, 2009)
O gestor é o maior responsável pelo desempenho da sua equipe, portanto, para ele é mister saber lidar com as suas emoções e com as emoções dos membros da sua equipe. Compete a ele criar um ambiente harmonioso, com o intuito de potencializar a capacidade cognitiva e a criatividade da sua equipe. Segundo Cooper (1997), para conseguirmos liderar ou para ter sucesso, a vida exige a capacidade de perceber e entender efetivamente o que as outras pessoas sentem e percebem.
AUTOR: Luciano Conceição
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REFERÊNCIAS
COOPER, Robert K. Inteligência Emocional na empresa. Trad. Riçado Inojosa; Sonia T. Mendes. Rio de Janeiro: Campus 1997.
CUELLAR, Marcelo. A grama do vizinho é sempre mais verde!! In: CUELLAR, Marcelo. Na mira do Headhunter: o que as empresas realmente querem na hora de contratar um talento. Você S/A, 9 de Nov de 2010. Disponível em: <http://vocesa.abril.com.br/blog/marcelo-cuellar/>. Acesso em: 06 de set de 2010.
CRUZ, Carlos. Inteligência emocional, o passaporte para o sucesso. Você RH: Especial. Disponível em: <http://revistavocerh.abril.com.br/noticia/especiais/conteudo_545367.shtml> Acesso em: 06 de set. de 2010.
BRADBERRY, Travis e GREAVES, Jean. Desenvolva a sua Inteligência Emocional. Tudo o que você precisa saber para aumentar seu QE. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.
DROSDEK, Andreas. Nietszche. A coragem como fator de sucesso. Rio de Janeiro: Vozes, 2009.
GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional. A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. 45ª ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
_____Trabalhando com a inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
NIQUET, Bernd. Kant. A força do pensamento autônomo. Rio de Janeiro: Vozes,2008.
WEISINGER,Hendrie. Inteligência Emocional no trabalho. Como aplicar os conceitos revolucionários da IE nas suas relações profissionais. Reduzindo o estress, aumentando sua satisfação, eficiência e competitividade. Rio de Janeiro: Objetiva,2001
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