O Pacto Global foi criado pela ONU para ajudar as organizações a redefinirem suas estratégias e ações, a fim de que todas as pessoas possam compartilhar dos benefícios da globalização.
Reconhecendo a importância ética do Pacto Global o Conselho de Administração autorizou a adesão do Banco do Brasil – BB - em novembro de 2003. Em junho de 2004 o presidente do BB participou do fórum de Líderes do Pacto Global.
Em fevereiro de 2005, O BB tornou-se o primeiro banco oficial no mundo a integrar o grupo de instituições financeiras que aderiu aos Princípios do Equador. Em maio de 2005 aderiu ao Pacto pelo Combate do Trabalho Escravo. No mesmo ano foi criado o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) e desde o início o BB integra o conjunto de empresas selecionadas para compor o ISE.
Para incluir comunidades menos favorecidas em processo produtivo que garanta a seus membros trabalho e renda a partir do aproveitamento das potencialidades da região, o BB criou a estratégia negocial de Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS). A Instituição assevera que além de gerar trabalho e renda de maneira inclusiva e participativa, a estratégia DRS tem como finalidade garantir a sustentabilidade das atividades produtivas, multiplicando as oportunidades de negócios para as suas agências.
Segundo o BB o principal fator de sucesso do DRS é o princípio participativo e construtivista de sua metodologia, chamada de "concertação". A mesma possui o sentido de orquestração, é uma ação integrada, harmônica e compartilhada que aglutina os diversos agentes econômicos, sociais e políticos envolvidos na cadeia de valor das atividades produtivas escolhidas.
A sociedade civil, iniciativa privada, associações, cooperativas, governos, universidades, entidades religiosas, ONGs, entre outros, são parceiros no planejamento, coordenação e acompanhamento do processo de desenvolvimento regional sustentável.
Em junho de 2004, o BB assumiu o compromisso com o Ministério do Meio Ambiente para dar origem a uma agenda cujas ações evidenciariam o comprometimento da empresa com o desenvolvimento sustentável de seus negócios. Percebendo a aderência de suas intenções estratégicas com os princípios da Agenda 21 Global, o BB estabelece sua Agenda 21 Empresarial.
O BB assumiu a responsabilidade de ser orientador e catalisador no processo de criação das agendas 21 empresariais. O BB também assinou protocolo com o Ministério do Meio Ambiente no sentido de disseminar a Agenda 21 nos projetos de Desenvolvimento Regional Sustentável (DSR).
A adoção da Agenda 21[1] é uma das ações estratégicas adotadas pelo BB, para fortalecer o movimento de responsabilidade sócio-ambiental, com o objetivo de inovar, tornar-se referência e inspirar outras organizações a elaborarem suas Agendas.
A partir de 2003 a responsabilidade socioambiental foi incorporada à pauta de decisões estratégicas e operacionais do BB. No mesmo ano foi criada a Unidade de Relações com Funcionários e Responsabilidade Socioambiental (RSA).
Algumas das atribuições da RSA são assegurar o fortalecimento do compromisso entre os funcionários e o banco; Responder pelo relacionamento com funcionários, entidades de funcionários, aposentados e familiares.
A partir da criação da área institui-se uma equipe denominada Grupo RSA, que conta com representantes das Vice-Presidências do BB, da Diretoria de Marketing e Comunicação, da Unidade de Estratégia e Organização da Fundação Banco do Brasil. Decerto essa heterogeneidade tem a finalidade de fazer que as definições sobre o tema possam ser debatidas e compartilhadas com toda a organização.
O Grupo RSA se reúne mensalmente para debater propostas de ação e sugerir definições sobre o tema, além de apoiar a disseminação dos princípios de responsabilidade socioambiental por toda a organização.
Em maio de 2004 a unidade RSA foi transformada em Diretoria de Relações com Funcionários e Responsabilidade Socioambiental (Dires). Sendo alçada a condição de diretoria, foi incumbida de viabilizar a intenção estratégica de ser referência em responsabilidade socioambiental e desenvolvimento sustentável do País.
Os esforços resultaram no desenvolvimento e aprovação, pelo Conselho Diretor do BB, do Conceito e da Carta de Princípios de Responsabilidade Socioambiental.
O BB define Responsabilidade Socioambiental da seguinte maneira: “Ter ética como compromisso e o respeito como atitude nas relações com funcionários, colaboradores, fornecedores, parceiros, clientes, credores, acionistas, concorrentes, comunidade, governo e meio ambiente”.
Segundo a Carta de Princípios do Banco do Brasil, a postura de responsabilidade sócio-ambiental tem como premissa a crença na viabilidade de se conciliar o atendimento aos interesses dos seus acionistas, com o desenvolvimento de negócios social e ecologicamente sustentáveis, mediante o estabelecimento de relações eticamente responsáveis, com seus diversos públicos de interesse, interna e externamente, acreditando que esta postura contribua para o desenvolvimento de um novo sistema de valores para a sociedade que tenha como referencial maior o respeito à vida humana e ao meio ambiente, condição indispensável à sustentabilidade da própria humanidade.
Após a definição do Conceito e da Carta de Princípios, o próximo passo foi definir a estratégia de responsabilidade socioambiental, alinhada à Estratégia Corporativa do BB e subsidiada por análise ambiental e de mercado. O resultado foi definição dos seguintes direcionadores:
1. Incorporar os princípios de responsabilidade socioambiental na prática administrativa e negocial e no discurso institucional do Banco do Brasil.
2. Implementar visão articulada e integradora de responsabilidade socioambiental no Banco do Brasil.
3. Disseminar princípios e criar cultura de responsabilidade socioambiental na comunidade BB.
4. Ouvir e considerar a diversidade dos interesses dos públicos de relacionamento.
5. Influenciar a incorporação dos princípios de responsabilidade socioambiental no País.
Para viabilizar que a práxis administrativa e negocial seja condizente com o discurso de responsabilidade socioambiental adotado e com os direcionamentos estratégicos definidos, houve a realização do Diagnóstico da Postura de Responsabilidade Socioambiental do BB. Os insumos do processo foram as críticas e sugestões oriundas do IV Fórum de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Socioambiental[2] e a aplicação dos indicadores Ethos[3] de Responsabilidade Social.
Em dezembro de 2003 o Conselho Diretor aprovou o plano de ação de responsabilidade socioambiental (2003-2007) e um modelo de gestão para o tema, para garantir o comprometimento de todo o conglomerado.
Segundo o Conselho Diretor do BB, a sua Agenda 21está estruturada em três dimensões estratégicas e pragmáticas, denominadas de: Negócios com Foco no Desenvolvimento Sustentável, Investimento Social Privado e Práticas Administrativas e Negociais com RSA.
A evolução das posturas e das ações de responsabilidade socioambiental é acompanhada por um mapa de indicadores, o Painel do Desenvolvimento Sustentável.
O Painel é uma ferramenta que ainda está em desenvolvimento, será utilizado para acompanhar e avaliar as ações do BB com relação ao desenvolvimento sustentável e em especial a contribuição do BB, para o desenvolvimento sustentável do País.
Os indicadores definidos para o painel possibilitarão a elaboração de relatos de sustentabilidade, de respostas a consultas e pesquisas externas sobre a postura de responsabilidade socioambiental e sobre o engajamento do BB na implementação da Agenda 21.
Segundo o Banco do Brasil o painel permitirá a partir da comparação com outras iniciativas no setor financeiro, a indicação de áreas ou setores nos quais o banco pode construir vantagem competitiva ou diferenciação em termo de RSA.
AUTOR: Luciano Conceição
AUTOR: Luciano Conceição
NOTAS
[1] A Agenda 21 do BB reúne negócios com foco no desenvolvimento sustentável, práticas administrativas e negociais com Responsabilidade Sócio-ambiental (RSA) e investimento social privado.
[2] O Fórum foi realizado em 2003 mobilizou e garantiu a manifestação de todos os 84 mil funcionários.
[3] Os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial são uma ferramenta de aprendizado e avaliação da gestão no que se refere à incorporação de práticas de responsabilidade social empresarial ao planejamento estratégico e ao monitoramento e desempenho geral da empresa. Trata-se de um instrumento de auto-avaliação e aprendizagem de uso essencialmente interno.
REFERÊNCIAS
AGENDA 21, Banco da sustentabilidade – Banco do Brasil. Brasília, 2007
MELO NETO, Francisco Paulo & BRENNAND, Jorgiana Melo. Empresas Socialmente Sustentáveis. Rio de Janeiro. Qualitymark. 1999.
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