Muitas vezes
tomamos pessoas como modelo e buscamos ser algo que nada tem a ver conosco.
Steve Jobs é
um exemplo de genialidade, empreendedorismo e
oratória. Podemos nos inspirar por seu empenho, foco e disciplina. Sua mente
criativa nos estimula a sermos melhores... E só.
O que nem
todos sabem é que Jobs foi um exemplo negativo em vários sentidos de sua vida.
Ele criou a
Apple na garagem de sua casa com um sócio Steve Wozniak (Woz) e alguns amigos.
Anos depois quando a empresa foi para a bolsa ele só reconheceu o esforço de
Woz e acabou deixando os outros parceiros de empreitada sem um mínimo
percentual da que hoje é segunda empresa mais valiosa do mundo. Inclusive um
desses amigos, Daniel Kottke, tinha viajado com ele para a Índia e encarado
diversas aventuras junto com Jobs. Ou seja, ele não era um bom amigo...
Muitas vezes
ao lidar com funcionários os humilhava na frente de outros chamando de
ignorantes e burros. Não respeitava o ritmo e a individualidade de cada um.
Apesar de ser um líder inspirador pelas ideias e projetos realizados ele
destruía o astral de sua equipe com seu temperamento instável e explosivo. Ou
seja, ele não era um bom chefe.
Usou drogas,
trapaceou concorrentes e parceiros, parava o carro em vaga de deficiente, era
muito egocêntrico. Ou seja, Jobs não era um bom exemplo de ser humano.
Reforço que
nada disso tira a maestria e a genialidade desse grande homem que tivemos o
privilégio de sermos contemporâneos, mas também saliento que você não precisa
ser igual a ele.
No mundo temos
sempre a história dos heróis e dos feitos. Mas para Aquiles ter sido herói em
Tróia, quantos guerreiros morreram anônimos? Para Ulisses ter tido a ideia do
Cavalo de Tróia quantos estavam entraram no cavalo e lutaram dentro das
muralhas da cidade de Helena? Para Jesus ser conhecido até hoje, quantos
repassaram suas histórias e feitos e guardaram sua memória?
Ou seja, são
muito importantes os heróis, mas sem pessoas “comuns” eles não se destacariam
tanto. Você não precisa ser o herói. E o que eu preciso ser, Yang? Você precisa
ser o que o que tiver que ser. Parece meio complexa essa ideia, mas ela remete
a algo essencial e que nós temos esquecido: nossa vocação.
O mundo
precisa de Jobs, mas precisa também de bons pais, bons amigos, pessoas que
respeitem as regras da sociedade, pessoas de bem e “pessoas comuns”.
Tenho um
grande amigo que tinha o sonho de ser pai e ele hoje é pai e é um dos pais mais
parceiros e presentes que conheço. Que bom que temos pais como ele, pois se
todos pais fossem como Jobs, estaríamos com a sociedade em frangalhos.
Creio,
sinceramente, e seguindo os grandes sábios que falaram sobre o assunto, que nós
temos um porquê nessa vida, temos um propósito, temos uma contribuição e
descobrir nossa vocação é essencial para que possamos viver plenamente aquilo
que viemos viver. A forma mais equivocada de viver, é querer achar uma fórmula
de vida já pronta, que venha dos outros, de fora de nós. Antes, te faço uma
proposta: que tal procurar dentro de você o que você realmente é e desenvolver
esse seu ser?
Ainda vale
aquela velha pergunta: o que eu quero ser quando crescer? Se você já não a faz
mais, não se iluda que é porque você já cresceu, pois pode ser exatamente o
contrário. Sua alma pode ter estagnado por inanição (ter ficado sem alimento
para ser o que deveria ser) e isso te deixou nanico. Por isso, como parou de
crescer, parou de se questionar.
Se você está
até aqui lendo essa mensagem, creio que você ainda tem algo que grita dentro de
ti. E por isso, está na hora de se voltar à velha pergunta: o que eu vou ser
quando crescer? A melhor resposta sempre será: seja o que você É. Mas você já
sabe o que você É?
Ps.1 Sou um
grande admirador de Jobs pelos pontos colocados no início do texto.
Ps.2 O título é baseado num livro que fala da oratória de Jobs, muito bom por sinal. Faça como Steve Jobs, de Carmine Gallo.
Ps.2 O título é baseado num livro que fala da oratória de Jobs, muito bom por sinal. Faça como Steve Jobs, de Carmine Gallo.
Um comentário:
No mundo corporativo a qualidade técnica do profissional é valorizada, como todos bem sabemos. Mas, atualmente, ser inteligente emocionalmente, digo saber ser ético e reconhecer e respeitar as próprias emoções e as emoções dos demais indivíduos que compartilham contigo as experiências de vida, torna-se condição sine qua non para a continuidade das relações, seja ela trabalhista ou não. Dito isso, considero fundamental que um líder seja empático, que ao perceber no outro suas fragilidades, se debruce em ações que possam contribuir para a evolução desse indivíduo, não apenas como profissional, mas também como pessoa. Enxergar o outro além das objetividades, sendo sensível às suas subjetividades é ter inteligência emocional. E, pelo mencionado no artigo, percebe-se que apesar de toda a genialidade racional de Steve Jobs, parece ter faltado genialidade emocional. A ética e o respeito ao ser humano na sua completude (objetividade+subjetividade) nos aproxima da inteligência emocional, do contrário nos desintegramos.
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