Sei
que esta pergunta permeia o universo de inúmeros profissionais acerca da sua
posição nas organizações, daí a motivação para escrever a respeito do que
chamaremos daqui por diante de “emburrecimento organizacional”, porém,
descartamos qualquer apologia ao animal de mesmo nome que merece nosso respeito
e admiração... Sendo assim, precisamos conceituar.
Antes
ainda de conceituar, aviso que escrevo para uma classe de profissionais
motivados, comprometidos e capazes de fazer a diferença, pois, se você leitor,
não possui tais características, recomendo que pare agora e busque outro tipo
de literatura, daquelas que tratam de autoajuda, ficção, motivação... Ou até
mesmo um bom e velho gibi...
Para
adentrarmos na questão, precisamos saber o que é emburrecer! Este deriva do
verbo emburrar, que na descrição literal do pai dos inteligentes quer dizer, “Parar
teimosamente como um burro, emperrar, amuar, embezerrar, tornar estúpido;
embrutecer”, Consoante a esta definição, ouso-me a significar nosso tema como sendo
o processo diário de estagnação cognitiva, desenvolvido a partir da falta de
motivação laboral no ambiente organizacional.
No entanto, podemos chamar um sistema
de “burro organizacional” quando trata os colaboradores como máquinas, simples
números na estrutura organizacional, é tratá-los como animais que usam
antolhos, obrigando-os a olhar sempre à frente sem desviar o foco, tornando o
trabalho cada vez menos cognitivo, criativo e dinâmico, quando mecaniza-se cada
vez mais a atividade, tirando a personalização dada por cada indivíduo.
Um
sistema torna-se burro organizacionalmente quando não envolve a equipe, não estimula,
não a desenvolve nos processos organizacionais, quando não reconhece o talento
e as melhores práticas, quando não desenvolve o potencial humano extraindo o
melhor de cada um, quando não trata o conhecimento de forma estratégica, por
não saber captá-lo, disseminá-lo e guardá-lo de forma competitiva, quando o
sistema de comunicação é usado de forma avessa aos objetivos organizacionais,
quando a rádio peão tem mais força que os canais corporativos.
Um
sistema torna-se burro organizacionalmente quando a tirania substitui a
democracia, a liderança e a gestão participativa, quando o medo substitui o
respeito profissional, quando a instabilidade está instalada no rosto das
pessoas, quando culpar é lei e punir é moda, quando o corporativismo substitui à
competência e o profissionalismo, quando o preconceito atropela as diferenças, ideologias
e crenças, quando trata pessoas por raças, subjugando uma raça única, a humana.
Contudo,
algumas características são peculiares nos profissionais que emburrecem
diariamente, sendo elas:
·
Realização
de atividades rotineiras;
·
Pouco
emprego da capacidade de cognição;
·
Baixo
ou nenhum envolvimento nos projetos da organização;
·
Superespecialização
em um grupo restrito de atividades intermediárias;
·
Baixa
participação em treinamentos de desenvolvimentos.
E
aí, se reconheceu? Pois é, emburrecer organizacionalmente é fechar os olhos
para as ingerências e continuar fazendo girar a roda do mecanicismo humano, é
continuar na esteira produtiva girando um parafuso sem fim, esquecendo que por
trás dessa engrenagem existe um ser humano dotado de inteligência, desejos e
anseios, que necessita de desafios e reconhecimentos...
Sobretudo,
o processo de emburrecimento diário leva a acomodação, ao ostracismo, a fadiga,
leva principalmente a falta de comprometimento com a própria empresa e
conseguinte a vida pessoal, profissional e humana, favorecendo apenas ao
capitalismos parasitário que ainda sobrevive das forças produtivas deste
contexto.
No
entanto, atrevo-me a dizer que este burro organizacional, pai de todos os
demais esta fadado ao insucesso pelas próprias vias, pois a sociedade está
mudando, a informação está avançando e chegando cada vez mais rápida e precisa,
com mais informação gera-se mais conhecimento, mais desenvolvimento, mais
consciência a autocrítica.
Finalizo
te provocando a dar o primeiro passo, mude que o mundo muda, conspira a seu
favor, como diz Gabriel o pensador – “Não adianta olhar para o céu com muita fé
e pouca luta” então, abra o olho e desperte desta acomodação que te domina ou
então durma e levante-se sem reclamar para mais um dia de emburrecimento...
AUTOR: Florisval F Silva
Junior
Bacharel em
Administração
Especialista em Gestão de Pessoas.
Um comentário:
Parabéns cara, execelente reflexão !
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