24 de jul. de 2014

SINDA MORGADE - CBF nos contos de fadas

Queridos leitores,

O texto de hoje é bom demais! Foi escrito por Sinda Morgade, pessoa de “fino trato” com as palavras, minha professora, minha referência!

“CBF nos contos de fadas” aborda um assunto que mexe muito com o coração dos brasileiros, não há como ficar indiferente, por isso, após a leitura do texto, por favor, registrem os seus comentários, aqui, no blog! 

Um grande beijo e boa Leitura!

CBF nos contos de fadas

Não acredito! 
Pensei que tinha sobrevivido ao mundo da fantasia da Copa da Fifa, no Brasil, e as notícias já me empurram para os Contos de Fadas. E não é que a CBF, com a sua invejável capacidade de transformação para atender aos pleitos de grandes mudanças no futebol brasileiro, recolocou Dunga como técnico da seleção?

    E alguém sabe me dizer se a Branca de Neve foi consultada? 

Ela tem a guarda da meninada, e é quem vai ter que administrar as decepções, frustrações e ciúmes da galera que não cresceu. É legítimo que os anõezinhos desejem que um estado democrático dê oportunidades para todos.

E por que dentre os sete, exatamente Dunga foi escolhido? E pela segunda vez? Todo mundo sabe que o orelhudo não abre mão de ser criança – resiste em crescer. Estaria muito melhor na história do Peter Pan do que à frente da Seleção Brasileira. E além de tudo é mudo; não pronuncia uma só palavra – o que levará a imprensa brasileira ao desespero. Mas suspeito que a escolha dele pela CBF deve ter sido um caso de afinidade, afinal seus dirigentes são adeptos do silêncio, e não há quem os faça falar uma palavra sequer sobre derrotas fragorosas, desvios de verbas e ingressos da Confederação em poder de quadrilha especializada na venda ilegais deles. E por aí vai. Além de tudo Dunga é um turrão, só sabe dançar ao som da sua própria música. Sabe como é? Eu sou o samba, a voz do morro sou eu mesmo, sim senhor? Não fomos consultados, agora é esperar para ver o que acontece.

Mas convenhamos, essa escolha carecia de mais cuidado, embora seja verdade que o time da Branca de Neve é fraco. O melhorzinho é o barrigudo Mestre, pois já está acostumado a apaziguar as confusões dos pequenos. É verdade que às vezes se exalta e perde o ponto, mas nada muito diferente do que vivemos nos reinados de Felipão. E quando fica nervoso fala tudo atrapalhado, o que pode ser resolvido pela CBF, contratando os serviços da Globo para decifrar, por meio da leitura labial, suas preleções.

Os outros, todos sem condições. Feliz, um otimista de carteirinha, mas com um defeito bem brasileiro...enxerga a vida em cor de rosa. Não duvido que acredite que colocar mensagens de autoajuda por baixo da porta dos quartos dos jogadores garanta vitória em campo. Tudo bem, é um mimo, e ajuda a dar um tom pitoresco às reportagens do Galvão. Mas é melhor conseguir para ele um cargo na CBF, como porta-voz das sempre boas notícias.

Já Dengoso é muito tímido e envergonhado e não vai sobreviver quando a mídia resolver consumi-lo, a grafo e faca, por não ter convocado para a seleção o Ronaldinho Gaúcho, ou quiçá, Romário. Tá fora do páreo.

Soneca, por sua vez, é a cara do Brasil - sempre cansado e no mundo dos sonhos. E quando abre o olho a vaca já foi para o brejo. Não tem tutano para dar conta do desafio. E de quebra vai ser chamado de baiano, pela imprensa sulista, pelo seu jeito malemolente de ser.

O Atchim sem nenhuma condição física. Tem problemas de saúde pois é alérgico a tudo. E quando espirra é um Deus nos acuda. Melhor mantê-lo em quarentena.

E por fim o Zangado, que até é competente, mas mal humorado e teimoso. E irrita-se facilmente. Isso lembra alguém? Melhor não reeditar 2014.

Como podemos ver, o escrete da Banca de Neve é fraco mesmo. A CBF poderia ter viajado por outros reinos da fantasia. Porque não o de Aladim, aquele da Lâmpada Maravilhosa? Esse rapaz tem nas mãos, no literal, a possibilidade de resolver todos os nossos problemas - o gênio da lâmpada. Só teríamos que fazer um plebiscito para definir os três pedidos a serem feitos. Claro que isso ia demorar um pouco, pois precisa tramitar em Brasília e aquele povo é muito ocupado. Quem sabe, se com algum esforço, não poderíamos usufruir desses pedidos na copa de 2022?

Poderia ser também, Alibabá, aquele dos 40 ladrões. Esse rapaz poderia ser muito útil para nós. É verdade que sua experiência é pequena para as nossas necessidades, apenas 40 ladrões, mas é o que temos por hora. Só precisamos cuidar para Alibabá não faça alianças políticas perigosas, pois, ele tem a senha do cofre. E o “Abre-te Sésamo” na mão de alguns cartolas vai dar para fazer uma festa no Padrão Fifa.

Poderia ser o Chapeuzinho Vermelho” afinal ela está careca de conviver com o Lobo Mau. Essa é uma experiência valorosa, pois nossa alcateia é grande e muito feroz. A cor do chapéu pode ser um problema, pois, alguns gritarão que é explicita a sua inclinação partidária. Tudo bem, damos uma repaginada nela para deixa-la, politicamente, neutra. Vai dar um pouco de trabalho, pois, pela quantidade de partidos registrados, já deve ter sido esgotada toda a paleta de cores.

E alguém pode ter pensado na Bela Adormecida, mas está descartada, afinal, não dá para esperar seus 100 anos de sono para que comece os trabalhos de acordar o Gigante pela própria natureza, que já dorme há mais de 500.

Aí a Argentina já terá o dobro dos títulos do Brasil, nas Copas do Mundo de Futebol – e não podemos correr esse risco.

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